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Levando em conta a ergonomia, para fazer a escolha certa pelos móveis, o primeiro passo é medir o tamanho do espaço disponível e analisar quantas pessoas ocuparão o local, observar o nível hierárquico de cada uma e as atividades que serão desempenhadas, continua Derly. 

“Também é preciso ter sempre o cuidado para que o local não deixe a sensação de enclausuramento, que é como estar dentro de uma caixa. Assim, o calor, o frio, a circulação de ar, a luz natural, a acústica e possibilidade de visualizar os colegas de trabalho precisam ser levadas em consideração”, complementa. O consultor acrescenta que a melhor forma de organizar o ambiente ergonomicamente é verificar se o espaço destinado para o trabalho é suficiente para mudança de posição do usuário, se tem paredes de cores claras e sem brilho, se a temperatura e a umidade são confortáveis, e se há poucos ruídos, para não perturbar a atenção e a comunicação. “Depois disso, é determinado o número de mesas, de computadores, de pontos de internet, energia e telefone. Também deve ser pensado quantas pessoas irão atender clientes pessoalmente para definir a quantidade e disposição de cadeiras, e deve-se verificar ainda se o ambiente terá sala de espera para mobiliar com sofás ou cadeiras, por exemplo”.

A altura das superfícies de trabalho, tais como mesas ou bancadas, é reconhecida como fator de causa de dores no pescoço, ombro e costas, e superfícies muito altas ou muito baixas não são indicadas, continua Derly. “A altura das mesas pode variar de 64 cm a 76 cm, dependendo da estatura da pessoa que vai ocupar o local. Por isso, a dica é, na hora de comprar, escolher mesas com regulagem de altura. Já as cadeiras devem ter as bases estáveis, cinco rodízios, ser giratória, ter regulagem de altura de assento, ajuste de inclinação e de altura de encosto, comandos de ajustes em posição acessível e com usabilidade. Para garantir maior conforto, o revestimento do assento deve permitir transpiração. A espuma deve ser espessa e semi rígida”. O ideal, segundo o especialista, é dar preferência a produtos que possuam certificações, como a da ABNT, já que são diversas as normas e especificações técnicas que padronizam o mobiliário e asseguram contra acidentes e problemas de saúde.

Para evitar reflexão indevida de luz, a superfície da estação de trabalho precisa ser de material fosco. O profissional alerta ainda que a borda de contato com o usuário deve ter um raio mínimo de 2,5 mm, ou seja, levemente arredondada para evitar que em longo prazo haja estrangulamento dos tendões flexores dos punhos, prejudicando a mobilidade das mãos. A disposição das gavetas também é importante. “Se a mesa tiver uma gaveta muito grande, ela trava a cadeira e atrapalha a pessoa a se aproximar do computador. Ao se esforçar para aproximar do computador com uma postura incorreta, ela pode ter dores nas costas”, conta. Por isso, a indicação são gaveteiros separados. Outra questão a ser planejada são as cores, que podem motivar, relaxar ou até mesmo gerar estresse nas pessoas que ocupam o ambiente. “Por isso é preciso escolher cores não apenas pela combinação e pelo design, mas pela sua funcionalidade. A iluminação do espaço também pode interferir positiva ou negativamente, conforme a atividade a ser desempenhada”, diz Derly. No caso do uso das cores no ambiente de trabalho associada a um planejamento adequado da iluminação, o resultado é uma economia de até 30% no consumo de energia e aumentos de produtividade que chegam a 80 ou 90%, complementa Flávia Lima.

 

Escrito por Joana Gontijo /Lugar Certo